A CDU realizou, terça-feira, dia 28 de Julho de 2015, a apresentação pública da sua candidatura pelo Círculo Eleitoral da Região Autónoma da Madeira às Eleições Legislativas de 04 de Outubro, com uma iniciativa que teve lugar, no Largo do Corpo Santo, na Zona Velha do Funchal, e que contou com as intervenções de ISABEL CARDOSO, Mandatária Regional da CDU, RICARDO LUME, dirigente regional do PCP e cabeça de lista da Candidatura da CDU pela RAM e JORGE CORDEIRO, membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central do PCP.

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Intervenção de Ricardo Lume

Boa tarde, camaradas e amigos!

Gostaria de saudar todos os presentes, aos membros do PCP, do PEV e também aos cidadãos sem filiação partidária que apoiam a CDU, a Coligação Democrática Unitária, PCP/PEV.

Apresentamos hoje a lista dos candidatos da CDU pelo círculo eleitoral da Região Autónoma da Madeira para as próximas eleições legislativas. Uma lista composta por gente capaz, que conhece a realidade porque emana da realidade da Região. Uma lista composta por candidatos comprometidos com o projecto político da CDU, de transformação da sociedade e não comprometidos com interesses pessoais ou dos grandes grupos económicos. Uma lista de pessoas homens e mulheres com origens e características diferentes que estão nesta tarefa para servir o povo e os trabalhadores com a profunda convicção de que é possível construir uma sociedade mais justa e solidária.

Nestes últimos quatro anos a Madeira foi a Região do País mais penalizada pelo pacto de agressão, devido ao plano de ajustamento económico e financeiro discutido e celebrado, quase de forma secreta, em Janeiro de 2012, entre o Governo da República (PSD/CDS) e o Governo Regional (PSD), à revelia da Região e das suas populações, As consequências deste pacto de agressão ao povo e à Autonomia da Região Autónoma da Madeira foram as seguintes;

-Aumento na tarifa da electricidade, nos transportes, nas rendas das casas, nas telecomunicações e audiovisuais;

-Neste período as remunerações dos trabalhadores, reformados e pensionistas tiveram uma quebra real das remunerações de 16%;

-Eliminação do diferencial regional, face ao Continente, das taxas nos impostos (em particular, do IVA, IRS e IRC, ISP, IMI);

-Encerramento de serviços na Região, encerramento de postos da PSP, serviços de urgência nos centros de saúde, postos e estações dos CTT, tribunais e escolas;

- Implementação das taxas moderadoras no Serviço Regional de Saúde;

 

- A redução em2% de trabalhadores na Administração Públicas por ano, até o final do PAEF, destruindo assim 10% dos postos de trabalho face ao que se registava em 2011;

- A implementação de um programa de privatizações de sectores , serviços e funções do Estado e de carácter estratégico para a Região;

-Desvalorização e desinvestimento na Escola e no Ensino Públicos.

- Destruição de milhares de postos de trabalho e da capacidade produtiva da Região;

-O crescimento do desemprego na Região, apesar de manipulação estatística, segundo dados oficiais atinge cerca de 22 mil trabalhadores, mais de metade sem qualquer subsídio.

A Região Autónoma da Madeira não está condenada à regressão e ao quadro de crise. Há um outro rumo e uma nova política capazes de gerar um desenvolvimento económico e uma política social que garantam a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e das populações. O crescimento eleitoral da CDU nestas eleições é condição essencial para garantir uma política alternativa patriótica e de esquerda que defende as autonomias regionais. Como ficou provado nas últimas eleições Regionais realizadas a 29 de Março deste ano, só o crescimento da CDU é que representava condição primordial para o derrube da maioria absoluta do PSD. Estivemos a poucos votos de alcançar esse objectivo, mas hoje fica mais claro que cada voto na CDU é condição fundamentar para derrubar a política de direita.

Temos soluções para dar resposta aos problemas impostos pela política de direita aos trabalhadores e ao povo da Região e lutamos pela concretização de uma política alternativa:

- Lutamos e lutaremos para que em alternativa ao PAEF, seja elaborado e implementado o Pacto de Progresso Social e pelo Emprego, que vise o pleno emprego na Região;

 

- Lutamos e lutaremos pelo Aumento do Salário Mínimo Nacional para 600€ e pelo e acréscimo de 7,5% ao Salário Mínimo Nacional a praticar na Região;

- Lutamos e Lutaremos pela reposição dos direitos e salários roubados aos trabalhadores e pela implementação do horário de 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores do sector público e privado;

- Lutaremos e Lutaremos contra a intenção do patronato em fazer caducar qualquer contracto colectivo de trabalho por via administrativa.

- Lutamos e Lutaremos pela reposição do diferencial de 30% nos impostos na Região nomeadamente no IVA, IRS e no IRC das micro pequenas e médias empresas;

- Lutamos e Lutaremos pela construção do Novo Hospital;

- Lutamos e Lutaremos pela defesa de novos preços sociais nas ligações aéreas entre a Região e o Continente no valor de 40€;

- Lutamos e Lutaremos pela reposição das ligações marítimas de passageiros entre a Madeira e o Continente e pela garantia de transportes marítimos de mercadorias a preços competitivos para a região;

- Lutamos e Lutaremos pela definição de um cabaz de bens essenciais que não podem ter preço superior aos de Portugal Continental.

Estamos a pouco mais de dois meses das Eleições para a Assembleia da República. Alguém poderá dizer é mais uma campanha, são mais umas eleições mas, na verdade, esta é uma oportunidade para derrubar a política de direita emposta ao Povo e aos País a mais de 39 anos e recuperar o rumo de progresso que foi encetado no nosso País com a revolução de Abril.

Marcamos a diferença, avançamos com confiança, uma confiança que cresce, como ficou demonstrado nas últimas eleições regionais com o crescimento eleitoral da CDU.

Mas, camaradas e amigos,

A partir deste momento todos nós, activistas, militantes e apoiantes da CDU nos transformamos em candidatos, pois a força da CDU está na ampla convergência de comunistas, ecologistas e todos aqueles democratas e patriotas que acreditam que o País e a Região não estão condenados ao declínio, e que é possível uma política alternativa baseada na vontade e determinação dos trabalhadores e do povo.

E é com a intervenção de cada um de nós, nas empresas, nos locais de trabalho, no bairro, no sítio e junto dos amigos que temos de transformar o descontentamento com política de direita em votos na CDU. Temos que afirmar que o voto na CDU faz a diferença e que é a única forma nestas eleições de derrubar os executores da política de direita PSD,CDS e PS. Assim podemos encarar as eleições com optimismo e podemos olhar para o futuro com a certeza que outro modelo da sociedade, não só é possível, como urgente.